quarta-feira, 1 de maio de 2024

Sobre Laguna e manifestações inusitadas

As últimas semanas foram intensas. Trabalho, descanso, leitura, showzinhos, rolezinhos. Viver tem sido muito bom. Sei que parte da minha percepção está assim por conta dos remédios, mas não é como se eles estivessem mentindo pra mim: coisas boas tem acontecido e, sem os remédios, eu não iria conseguir vê-las ou valorizá-las. Então, por enquanto, seguimos com o tratamento até que o psiquiatra ache que faça sentido mudar.

Na semana do dia 18, fui para Laguna (Santa Catarina) com meu pai e meu namorado. Essa cidade é um tanto importante para mim, pois passei vários momentos da minha infância nela, e por isso mesmo queria muito apresentá-la a alguém que amo. Fiquei bem feliz que meu namorado conseguiu ir comigo! Subimos morro, descemos morro, molhamos o pé no mar, comemos peixe (na realidade, ele comeu, porque eu não gosto de frutos do mar), pegamos sol, andamos de bote e balsa, visitamos pontos turísticos como a Pedra do Frade e o Farol de Santa Marta. Enfim, foi ótimo.


Um dos dias em que estávamos lá, estávamos no centro histórico da cidade, ao lado do Museu Histórico Anita Garibaldi, e eu estava sedenta por um café (simplesmente viciada, admito). Eis que olhamos ali por perto e encontramos uma livraria e café chamada Coruja Buraqueira. Entramos, pedi um café, e só tinha aqueles café gourmets feitos por vários métodos diferentes (ou seja, não tinha máquina de espresso), e eu acabei pedindo um café passado na moka. Enquanto esperávamos o café, ficamos olhando os livros e eis que encontrei...

Ouvi falar desse mangá pela primeira vez no blog da Tenie e fiquei muito interessada, resolvi ir atrás para ler mas vi que era relativamente raro de encontrar para comprar. E quem diria que na semana seguinte, em Laguna, eu simplesmente encontraria os dois volumes ali? ✨ Manifestation ✨

Enfim, comprei. Ainda não li tudo, estou lendo bem lentamente, na realidade. Primeiro porque estou acompanhando uma promoção da Kindle Unlimited e estou lendo tudo que posso ao longo dos próximos meses porque depois não terei mais condições de pagar, risos. E segundo porque, do que percebi do tanto que li, é um mangá que tem um ritmo bem lento mesmo, e sinto que ler apressadamente seria estragar a experiência. Parece ser algo para ser apreciado com calma, e assim pretendo fazer.

Além disso, uns tempos atrás, vi numa livraria as edições brasileiras de Mo Dao Zu Shi. Quem me conhece desde 2019 pelo menos sabe que eu amo MDZS, vivi uma obsessão muito intensa no drama na época, e mesmo que eu tenha me afastado do fandom, ainda gosto muito da história. Pois bem, eu queria muito ler a tradução oficial da novel, mas no momento não tive dinheiro para levar para casa. Uns tempos depois, conseguindo uma graninha extra, acabei pedindo pela internet mesmo e chegou esses dias. Estou imensamente feliz, lendo aos pouquinhos também, para não atropelar as leituras no Kindle.

Por fim, estou testando novas formas de estilizar meu cabelo, já que ele está sem corte e num comprimento ao qual não estou acostumada. Comprei uns creminhos para cabelos cacheados para tentar ativar minhas ondinhas, já que antes eu não finalizava o cabelo e ele não sabia se formava onda, se ficava liso, se armava ou o quê. Embora minhas ondinhas sejam bem discretas (tipo 2A), sinto que a finalização está sim melhorando a apresentação do meu cabelo, mesmo que esteja sem corte definido, então estou bem contente com isso.

P.S.: Tenham paciência comigo e as mudanças de nome, tanto meu nome nas redes sociais quanto o nome do blog. Estou passando por mudanças e questionamentos acerca de mim mesma. Espero que não esteja dando muito trabalho.

P.P.S.: O novo álbum da Taylor Swift lançou enquanto eu estava em Laguna e por isso só consegui prestar melhor atenção nele recentemente. Não que eu vá fazer um review dele ou algo do tipo, mas só queria comentar aqui que foi mais uma coisa que melhorou a viagem e os meus últimos dias.

terça-feira, 9 de abril de 2024

Sobre o fim de uma era e leituras recentes

Minha última ratinha atravessou a ponte do arco-íris nesta madrugada. Já estava esperando porque, como dito anteriormente, 2 anos é muito tempo para um rato, e essa rata jurássica chegou aos 3 anos! Simplesmente absurdo! E ela estava super bem até uns dias atrás, mas rato é assim mesmo, se vai bem rapidinho. Não vou mentir, estou triste, mas estou bem. Era esperado e saber que ela não está mais sofrendo é o mais importante pra mim. Com isso, encerro os 3 anos em que fui cuidadora de ratos, um dos animais mais gostosinhos de se ter como pet. Foram muitas aventuras, frutinhas e comidinhas compartilhadas, carinhos, roupas roídas, e também muitos perreguinhos porque a saúde desses bichos é meio complicadinha às vezes. No total, eu tive 3 ratinhas: a Moranga, a Titânia e a Ratalina. Moranga se foi em 2022, cedo demais, com 1 ano e 7 meses, mas é esperado por uma questão genética; ela era um tipo chamado Himalayan, que é próximo do rato albino, que é conhecido por ter uma genética que predispõe o bichinho a várias doenças e uma partida precoce. Já a Ratalina durou cerca de 2 anos, falecendo agora em 2024 (eu peguei ela em 2022, ao contrário das outras duas, que peguei em 2021). E, por fim, a Titânia se foi hoje, tendo um pouco mais de 3 anos de vida. Meu coração dói com o pouco tempo que ratos ficam na terra, tanto que desisti de pegar novos ratinhos por conta disso, mas devo dizer que sou eternamente grata por esse tempinho que passamos juntas. Se vocês tiverem vontade e disponibilidade, tenham ratinhos, gostoso dimai. 💕

Tirando isso, não há grandes novidades na minha vida. Continuo fazendo as coisinhas que sempre faço: trabalhando, estudando, lendo livrinhos, curtindo o final de semana com o namorado, indo em shows, enfim. É exatamente a vidinha que eu pedi pra Deus, só me falta dinheiro, risos.

Resolvi falar, então, das minhas últimas leiturinhas. Enjoy.


Uma Oração para Ninguém (Larissa Brasil)

Gostei muito muito muito desse livro. Toda a temática dele me interessa: um mistério envolvendo um culto numa praia conhecida como Praia do Diabo. A história acompanha Inaê, uma escritora de certo sucesso, que tem dificuldades em terminar seu próximo livro por conta de um incidente com um stalker que quase a matou. Por conta disso, sua amiga Patrícia sugere que Inaê vá até a Praia do Diabo, uma praia deserta onde tem um chalé, para que possa descansar e se concentrar na escrita do livro. Lá, Inaê passa por vários maus bocados e acaba se envolvendo com o culto local, uma igreja chamada Raio de Sol. Eu amei quase tudo nesse livro: a escrita, a diagramação, o ritmo de leitura, os mistérios, as citações a Iemanjá. Minha única ressalva é em relação às motivações de quem antagoniza nossa protagonista, mas acho que tem gente que é assim mesmo, meio descolada da realidade e rancorosa.


Bartleby, o Escrivão (Herman Melville)

Este é um conto bem rapidinho, no qual um dono de um negócio contrata um escrivão bastante dos indispostos chamado Bartleby. O conto acaba se configurando mais como uma crítica à sociedade da época e à alienação do trabalho que surge com mais força após a Revolução Industrial e o advento do capitalismo. É uma leitura rápida e bem tranquila, mas que deixa a gente meio inquieto por dentro, sem saber se estamos mais do lado de Bartleby ou de seu empregador. Vale ressaltar que o escritor desse conto é o mesmo que escreveu o grande clássico Moby Dick, o qual não li ainda, mas acho interessante ver outras obras menos conhecidas de escritores renomados.


Satan's Affair (H.D. Carlton)

Esse aqui foi uma bela de uma porcaria, viu? Primeiro que eu peguei sem saber que era literatura hot, que já falei aqui que não me agrada muito, mas sinceramente esse nem foi o problema principal. A história se concentra em Sibby, que trabalha em uma daquelas casas assombradas nos Estados Unidos, mas seu trabalho é um tanto peculiar: com a ajuda de seus escudeiros, Sibby sequestra pessoas de má índole que adentram a casinha e as mata para a livrar o mundo de malfeitores. Ao contrário do que muitas resenhas dizem, considerando a protagonista complexa, a achei bastante rasa e estereotipada, um verdadeiro desfavor na representação de pessoas com transtornos mentais. As cenas de violência são um tanto interessantes para quem gosta, mas é difícil acreditar que uma menina tão petit seria capaz de tanta coisa. Por fim, um ponto positivo é a backstory da protagonista, que envolve crescer em um culto que claramente influenciou seus delírios. No entanto, essa parte não foi tão explorada quanto eu gostaria, então acho que mesmo assim não vale a leitura.


Filha da Terra (Camila Cerdeira)

Descobri Camila Cerdeira pelo seu twitter (me recuso a chamar de X) e gostei bastante da premissa de suas escritas: recheadas de personagens queer e uma grande ligação com religiões de matriz africana. Como fui da Umbanda durante um tempo da minha vida, tenho um grande apreço por tais religiões, embora hoje em dia já não siga tanto essa linha. Dá pra ver que ele coloca bastante carinho nos seus contos, que tem uma escrita simples e não deixa dúvidas a quem não tem conhecimento prévio da religião (tirando alguns termos que não são inteiramente explicados, mas que não é difícil entender pelo contexto). Este conto é o terceiro dentro do universo de A Noite Cai, outra obra de leitura bem gostosa. O conto fala de um terreiro que, em 2005, encontra-se em uma situação bem delicada, perdendo sua conexão com as Orixás. Um grupo de adolescentes então consegue entender de que forma poderiam ajudar a salvar o terreiro bem a tempo do dia dos finados, no qual vagam espíritos pela terra e no qual seria um momento péssimo para deixar o terreiro sem proteção. A leitura é bastante fluída e, como disse, é possível entender tudo sem ter conhecimento prévio de religiões de matriz africana, e também não é necessário ter lido os contos anteriores (embora seja indicado porque são bem bacanas também).

Por enquanto é isso. Volto quando tiver mais novidades e/ou mais leiturinhas sobre as quais gostaria de comentar. 🫶

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Sobre impulsividade e nuggets de frango

Minha impulsividade got the best of me novamente e eu fiz isso:



Sim, printei do Instagram

Eu platinei meu cabelo sozinha numa madrugada, um dia antes de uma consulta psiquiátrica, e nesse dia eu tinha que acordar cedo. Não foi difícil, porque eu não estava conseguindo dormir direito de qualquer forma. Passei uma semana dormindo em média 4 horas por dia (o que significa que houveram dias que eu dormi 2 horas), sendo que eu não conseguia me manter dormindo então acordava de 1 em 1 hora, e mesmo assim não me sentia cansada.




Pra quem está familiarizado com os sintomas do transtorno bipolar, sabe que isso quer dizer alguma coisa, e que não é boa. Tudo isso aconteceu porque eu sou um gênio e atrasei em marcar a consulta psiquiátrica, o que me deixou sem medicação durante esse tempo. Agora já estou medicada novamente e, embora eu ainda esteja com sintomas de hipomania, estou conseguindo dormir melhor e começando a criar uma rotina um pouquinho mais regrada. Vai dar tudo certo, eu confio.

Pra ser sincera, eu tô tranquila no momento. O antidepressivo que me foi passado conseguiu calar a boca da minha mente que não pára, então tenho sentido uma paz que fazia alguns anos que eu não sentia. É estranho porque quando você se acostuma a agonizar o dia inteiro sendo torturado pelos seus próprios pensamentos, ter esse silêncio em mente parece... errado. Mas não é. Você só tá acostumado a sofrer, mesmo.

Ok, chega de falar de saúde mental. Gostaria de falar um pouco sobre o que fiz nos últimos dias. Que foi trabalhar, estudar (ser psicóloga é se manter em constante estudo, amo isso na minha profissão), continuar lendo livrinhos. Pensando agora até que estou levando exatamente a vida que eu queria estar levando. Só falta ter horários melhores para dormir e acordar, considerando que ser autônoma me dá a liberdade de dormir às 4 da manhã e acordar às 2 da tarde. E eu não gosto disso, pra falar bem a verdade.

Também separei um tempo para assistir algo com meu irmão, porque ele vive me chamando pra gente assistir algo juntos e eu sempre ignoro. Não é por maldade, mas é que tem dias que eu realmente tô cansada e não tô muito bem pra interagir, então prefiro ficar no meu cantinho. Tenho certeza que ele entende isso. De qualquer forma, uns tempos atrás vi na Netflix um seriado que, na hora, pensei "ok, meu irmão vai adorar esse plot". Dito e feito, escolhemos esse seriado pra assistir. E foi ótimo.

A série se chama Chicket Nugget, no qual uma menina é transformada em um nugget de frango. É uma série coreana de 10 episódios de mais ou menos meia hora cada, então acaba sendo bem curtinha. Já achei a sinopse maravilhosa, mas pensei que seria aquela coisa meio k-drama (que meu irmão gosta, inclusive), que teria um romance fofo, o cara salvando a menina transformada e tudo mais. Eu não podia estar mais errada.

Cada cena era mais bizarra que a outra, eu não sabia o que pensar, só sabia que eu e meu irmão estávamos dando altas risadas. Humor coreano é uma coisa meio complicada: ou você gosta, ou você não gosta. Nunca vi alguém num meio termo. Felizmente, eu e meu irmão gostamos, porque achamos algo tão absurdo que é, de fato, engraçado. Quando vimos, a série tomou proporções tão absurdas que ficamos embasbacados com o quanto era diferente do que estávamos esperando.

Enfim, eis uma recomendação pra quem não tem nada pra ver e nunca teve contato com comédias coreanas. Vá com a mente aberta, tho.

Por fim, para a Páscoa, fiz um brownie pro meu namorado. Tinha prometido que faria há tempos, mas eu sou meio ruim na cozinha, então não tava botando fé que ficaria bom. E, na realidade, ficou bem decente. Só esqueci de colocar cacau em pó, então ele não ficou muito escuro. Mas fiquei bem feliz que deu certo!

E antes que venham me encher o saco com a ideia de que todo adulto deveria saber cozinhar, já venho lembrando que essa ideia é bem capacitista. Pra quem não sabe, eu tenho muita dificuldade com a função executiva (leia mais sobre aqui), e por isso cozinhar, para mim, é um pesadelo. Eu tenho muita dificuldade em tarefas que são feitas em diversas etapas, fico perdida se terminei uma etapa e já posso ir pra próxima, tenho dificuldade em lembrar qual a próxima etapa, mesmo olhando a receita eu demoro pra processar o que tenho que fazer, e se tudo isso é feito enquanto tem uma panela no fogo, fodeu.

Resumindo, não é impossível, mas é algo extremamente estressante pra mim e que tem grande potencial de dar muito errado, incluindo acidentes. Então eu não aceito essa ideia de que todo adulto deve saber cozinhar, porque eu até sei, mas eu demoro muito mais que uma pessoa neurotípica, sou muito mais capaz de causar acidentes e, em geral, minha comida também sai uma bela de uma porcaria. Mas, sim, eu pretendo trabalhar nisso. As always, torçam por mim.

P.S.: Esqueci de comentar, mas acabei tendo que comprar ovos de páscoa para mim mesma, bem girlboss. Eu sabia que ninguém compraria pra mim, então tive que fazer sozinha. Se chama ser adulta, eu acho. Pra não ser injusta, devo dizer que meu namorado me deu chocolate, só não foi em formato de ovo. E, sinceramente, eu nem ligo, porque o que importa é o chocolate, de fato. Mas ano passado ninguém comprou ovo pra mim e, quando eu fui comprar (atrasado), não tinha mais em nenhum mercado. Fiquei arrasada, então esse ano me adiantei e comprei. Como eu disse, não faço tanta questão de ganhar ovo, mas acho que fiquei tão triste de ano passado não ter um que esse ano fiz questão de comprar pra mim mesma, risos.