Sobre 2023, antes que seja tarde demais

Não sei o que acontece que parece que todo ano é ano de aprendizado. Não sei se realmente é coisa da idade, em que cada ano acontece alguma coisa relevante o suficiente pra fazer estragos significativos na minha psique, ou se a gente só simplesmente se acostumou a tomar no cu o tempo todo e conta essa historinha de aprendizado pra poder dormir à noite. De qualquer forma, 2023 foi um ano de aprendizados.

Na época que eu era blogueira assídua, eu costumava fazer uma retrospectiva do ano todo dezembro. Nos últimos anos, isso tem se tornado mais difícil. Como já falei no post anterior, há tempos não escrevia, e passei a maior parte de 2023 sem escrever. Isso com certeza prejudica na hora de fazer uma retrospectiva, porque além de tudo minha memória não é confiável. Lembro pouco dos fatos mas muito dos sentimentos.

E é por isso que 2023 foi um ano de aprendizados. Ou talvez de um aprendizado só, mas um extremamente importante. Foi o ano em que eu percebi o verdadeiro poder que tenho em mãos, porque finalmente tomei coragem na cara e me permiti errar. Talvez eu tenha me permitido errar um pouquinho demais, considerando eventos traumáticos que envolvem a vida noturna e seus perigos, mas houveram momentos em que me permitir errar foi o que salvou minha vida.

Me permiti conhecer pessoas novas, mesmo que há anos eu esteja sem paciência para criar novas conexões. E que bom que eu fiz isso, porque me fez abrir os olhos para as relações que existiam na minha vida até então e o quanto algumas delas já não me serviam mais. O meu desinteresse por conexões novas não era porque eu realmente estava cansada de conhecer pessoas, mas sim porque se relacionar com pessoas que te deixam pra baixo o tempo todo eventualmente faz você acreditar que não existe algo melhor. Onde quero chegar é que finalmente fiz novas amizades que são bastante saudáveis e tem me feito um bem danado.

Eu também me permiti encarar um dos meus maiores medos há anos: um instrumento musical. É fato que desejo aprender a tocar algum instrumento desde a infância, mas sempre tive dificuldades em lidar com a frustração nos momentos em que cometia erros. Depois de muitos estudos, terapia e reconhecimento da fonte dessa dificuldade, eu finalmente tive coragem de dar esse primeiro passo e resolvi aprender a tocar ukulele.

Não escolhi esse instrumento por nenhum motivo em particular. Não é como se fosse um instrumento que sempre me interessou, nem nada assim. Sempre achei seu som gostosinho, mas não era nada demais na minha vida. Porém, pensei que eu gostaria de um instrumento que servisse de base para acompanhar minha voz, e nesse sentido o ukulele desempenha um ótimo papel. Peguei um ukulele emprestado de um amigo, procurei uns tutoriais no YouTube e em cerca de uma semana estava tocando Mirrorball da Taylor Swift.

Resolvi me desafiar a aprender todas as músicas do folklore, que é meu álbum favorito da loirinha. Até agora não consegui aprender todas, mas já sei tocar várias. Minha maior dificuldade é, como esperado, o ritmo da mão direita, que é a mão que bate nas cordas pra produzir o som. Fazer os acordes no ukulele é especialmente fácil, embora eu ainda tenha uma certa dificuldade com alguns (sim, mi maior, eu estou falando de você), e eu também descobri qual tom combina melhor com a minha voz, então agora quando tenho dificuldades em cantar uma música, consigo ajustar o tom da cifra pra encaixar melhor (tirando Cruel Summer, essa é impossível de cantar em qualquer tom, parabéns Taylor Swift).

Por fim, a passos de tartaruga, tenho desenvolvido melhor minha espiritualidade, tomando muito cuidado para não acabar no famoso dilema "estou evoluindo espiritualmente ou estou em mania?". Tem sido mais fácil do que eu pensava, para ser sincera. Talvez ter um namorado cético seja algo que me ajuda a me manter mais pé no chão. Ou talvez eu só não esteja mais entrando em mania. Vai saber.

Para 2024, espero que minhas conquistas sejam mais no âmbito profissional. Estou bem contente com o resto da minha vida (desconsiderando a saúde mental, que sempre está em frangalhos), mas continuo triste com o fato de que minha maior fonte de renda não é a psicologia. Eu sei que ninguém se forma com agenda cheia e pode demorar um tanto até conseguir alcançar uma estabilidade financeira, mas, depois de 2 anos formada, espero que pelo menos eu consiga poder dizer que maior parte do meu trabalho é como psicóloga e não como minhas outras profissões (redatora e cartomante) (antes que alguém pergunte se é antiético, sou cartomante para amigos e conhecidos, não atendo ninguém com psicologia e cartomancia simultaneamente, então não é antiético).

Ah, eu também quero começar a fazer exercício. Não é nem pra ficar gostosa, é mais pela saúde mental mesmo. Quem diria que se mover faz bem? Hah.

Edit: Pensei um pouquinho demais e arquivei os posts antigos (inclusive o que tinha postado ontem). Um dia talvez eles voltem.

Edit 2: Descobri a existência de Neocities e agora estou extremamente nostálgica, como podem perceber pela carinha do blog~